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sexta-feira, 21 de maio de 2010

Ela e alheio

- Só há uma ultima coisa que eu gostaria de lhe pedir!
- O quê?
- Um ultimo momento.. - ela poderia imaginar a resposta, ainda assim brigou com a consciência e perguntou.
- Não posso. - foi como soco no estômago, não com dor... mas foi.
- Porque?
- Porque eu não consigo mais.
Não havia encaixe, ela já sabia da resposta.. mas ainda assim não encaixava, talvez ela só não quisesse, mas e daí? O fato é a resposta final, não é?
- Tudo bem. - isso não foi para olheio, foi um 'tudo bem' para sí mesma, para entender, acreditar, aceitar e se conformar da resposta.
Ainda houve uma insistencia, talvez pelo desejo, ou até mesmo pelo gostar que há/havia... - 'já chega' disse ela pra sí mesma, mesmo sem ser aquele o seu limite.
- Ja chega. - dessa vez, pra fora e para alheio. - Não há nada que eu escreva, fale ou faça que vai te trazer pra mim, que vai fazer você achar que pode não ser assim, que vai mudar de fato o seu gostar, querer ou desejo mesmo... então, eu só parei. - mais pra sí mesma, como quase sempre, mas houve um pouco pra alheio.
- ... - a 'resposta' sempre era pior do que era possível na mente dela.
Alguns minutos foram necessários, para pensar no que falar, porque ela nunca se contenta com o silêncio, ela nunca... se conforta com o silêncio, a não ser que seja ali ao lado alheio, encostada com a cabeça em seu peito.. num repouso aconchegante.
Mais palavras aconteceram, muitas foram dadas, poucas recebidas, mas a noite seguiu, sem alheio, sem ninguém por dentro, só seguiu.. e ainda houve mais dentro dela.

Um comentário:

Anônimo disse...

Nossa que texto!!!
mas não sei ao certo qual era a intenção... Só sei que de fato as palavras me tocaram de uma forma triste, com um certo ar de despedida... ai ai... Entretanto de forma bela... Fato... muito bela.