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domingo, 25 de abril de 2010

Pedaço amortecido

O gosto do pão mudou, o frio passou por mim, as observações aumentaram, um pedaço de mim está anestesiado, meu pensamento fica preso enquanto eu tento fugir do que me parece ser uma dor.
Ainda não explodi, não houve um choro desesperado, não houveram lágrimas sem cessar, e ainda assim há tudo isso, por dentro, de um modo que parecem socos no estômago, uma coisa interna que precisa vir pra fora de alguma forma, que ainda não veio.
A minha parte que sempre achei bonita, está se escondendo de mim, a parte que gosta de sentir sabores, que gosta de cheiros, que possui lembranças, a que possui fome de tudo... estou assim com esse pedaço amortecido e ao mesmo tempo aguçado, porque os cheiros estão vindo, os sabores estão em falta e já não sei se algo me segura as lembranças, porque não sei até que ponto quero tê-las.
Me perdi em algum lugar, e agora quem vai vir me buscar?
Preciso de gritar, preciso de um abraço forte pra me tirar o ar, ou devolve-lo, porque já não sei se respiro, não sei o que sinto em tudo, só sei uma parte dos sentidos e dos sentimentos.
Eu procuro qualquer coisa que não me traga a lembrança, e tento esquecer as palavras que li, apenas para amenizar um pouco, mas é como se eu escutasse a sua voz doce, me lendo o que sentia e... nada mais.
Não sei mais o que acho do meu gostar, de como ele é, sei que gosto, mas se é ou foi diferente, não vejo como problema, porque sempre é diferente, não é?
Acabou? Então é assim que acontece? As coisas ficam assim pra mim, por um tempo?
Quero respostas, quero palavras melhores das que li e no momento estou odiando a nostalgia!

Um comentário:

Pierre. disse...

Dor.
Sofrimento.
Saudade.
Remorso.
é tudo o que você terá.
Por algum tempo, sinto lhe dizer.
Mas passará.
E para isso eu estarei aqui, de certo.
Estou e estarei.
A qualquer momento.
Estou e estarei.
Estou e estarei.