Em apenas uma noite seria possivel acabar com tudo, e trazer aos olhos todas as provaveis lágrimas, deixar todos os desejos de lado, com apenas um feito,mas seria necessario mais que uma coragem súbita e triste, seria necessário as minhas mãos apunhalando meu próprio peito, em cheio... fazendo meu sangue se espalhar pelo meu corpo, numa calmaria inexistente.
Viria o cheiro de quero mais, com um bucado de ânsia para voltar a outra vida, aos outros atos, aos falhos que foram a salvação até o presente momento sanguinário.
Eu teria de amar ainda mais aqueles olhos, teria de esquecer daquele sorriso calmo e vazio, seria quase impossível não poder apreciar mais seus cachos, e todo o meu amor estaria jogado em um canto, sujo e mal acompanhado.
Faltaria muito mais que uma loucura, faltaria mais que esse corpo que hoje você almeja em dietas ridículas lendo o que não é informado de modo real, eu perderia esse brilho em forma de sorriso, onde o corpo todo se mexe de forma espontânea. Seria esquecer que olhei pros seus olhos, que segurei firme seus pulsos, quando você quis pular a parte de viver,seria deixar pra trás todos os momentos de loucura boa que foram vividos.
Não poderia jamais deixar meu sangue sujar a sua felicidade tão meiga e parecida com a minha. É como empurrar seu corpo pra longe do meu, pedindo pra você nunca mais voltar a olhar meus gestos, enquanto dançava o seu dia. Há muito que deveria ser dito, mas que eu jamais poderia dizer sem formar o Te amo ao olhar o quanto estivemos presentes na vida um do outro. É ignorar os seus erros, segundo o meu achar, e faltar com a minha consciencia por um instante, para formarmos uma dupla cantante, é igualar a saudade que existe a um nada, que sempre esteve presente.
Nossas línguas sempre foram afiadas, nós amolávamos estas, com nossa saliva salgada, dizendo e 'des'dizendo coisas inúteis e fúteis, tanto quanto os atos tomados.
O meu piscar de olhos, nunca fora tão longo quanto naquele momento onde eu pedia meu sangue ao destruir meu corpo apunhalando minha alma chorosa.nenhum daqueles sorrisos poderia me salvar se eu não quisesse, se não houvesse o meu chamado, se eu não mostrasse que as minhas mãos estavam limpas de mim mesma.
Eu só parecia entender cada vez mais, o porque de fotos tão felizes, e olhos tão distantes do mesmo foco, onde as noites de cantoria com bebida, faziam de nós o mesmo nós visto de todos os angulos, de como deveria ser visto por mim, por você e por cada um aqui escrito.
Ainda assim, a cena parecia prosseguir, cheia de lembranças, de primeiras e primeiras coisas vividas, de primeiros olhos tristes, de primeiras bocas amadas, de primeiros beijos doces, de primeiras palavras vermelhas... a protagonista não era eu, minhas mãos comandavam toda a cena suja de mim.