tag:blogger.com,1999:blog-23640485736763744212024-03-05T02:59:41.571-03:00Paroz - Praquêsescrita que grita, vez em quando irrita, mas irriga do que é.Mayhttp://www.blogger.com/profile/02775975447201601633noreply@blogger.comBlogger152125tag:blogger.com,1999:blog-2364048573676374421.post-1207928738496357392022-10-24T23:50:00.001-03:002022-10-24T23:50:52.615-03:00Amor (pro)prio em cápsulas Sempre disseram que havia algo errado com meu corpo, com meu cabelo, comigo. Até que eu cheguei em um ponto onde eu considerava ter conquistado meu amor próprio, até sentir novamente que alguém ou algo havia arrancado de mim essa conquista. <div>Hoje, mais uma vez me vejo perdida nessa beleza que não consigo notar, que faço esforço enorme para ver e parece que na verdade é um caminho inverso. </div><div>O amor próprio é como uma planta... você tem que cuidar, regar, elogiar e perceber que mesmo quando ela não está florida, tem sua beleza e, que em algum momento ela terá novos botões e depois flores novamente.. </div><div>Mas me pergunto quanto tempo duram as plantas, quanto tempo dura o amor próprio, quanto tempo dura essa relação consigo mesma e se há espaço para se amar vendo tanta gente irreal sendo considerada bela. Será que é igual com as plantas? Com as flores? </div><div>Desabrochei tantas flores, tantas vezes, de tantas formas e cores que agora penso que talvez eu seja somente uma planta, com as folhagens num tom de verde que parece sempre igual, sem crescer mais um pouco. </div><div>Escrevi tanto sobre o corpo feminino gordo, também como forma de manter meu autoamor, como se pudesse fortalecê-lo ao entender mais sobre mim mesma. E ainda assim, caio em armadilhas todos os dias. </div><div>Penso, considero, aceito o fato de que nunca serei bela como me imaginei um dia. Penso, considero e aceito que os remédios são a melhor - e talvez única - maneira de chegar naquele corpo/peso que conquistei por várias vezes o amor próprio. Penso, considero e aceito, que meus olhos na verdade, nunca viram a mim com todo esse amor que eu acreditava, porque todas as outras opções mais magras e menos crespas são mais possíveis de se amar. </div><div>E todos os dias ouço tantas falas sobre corpo, beleza, magreza e remédio numa mesma frase que quase cedo, mas não tenho coragem. </div><div>Nego e renego que alguns comprimidos façam com que eu me comprima ao máximo para ser bela, rejeito dietas e dicas que surgem como o ar que respiro e ainda assim, renego a mim mesma. </div><div>Por isso, se ver meu autoamor por aí, pode indicar a ele que volte pra mim, sem nenhum quilo a menos, sem nenhum cacho a menos, sem rejeitar a minha versão atual, sendo apenas verdadeiro.</div>Mayhttp://www.blogger.com/profile/02775975447201601633noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2364048573676374421.post-82893080074704668862022-09-27T23:53:00.001-03:002022-09-27T23:53:35.785-03:00Prelúdio noturnoMe pergunto como seria se eu me deitasse no fundo escuro que existe dentro de mim, talvez o preludio seria calmo e quieto como o silêncio que toca minha alma.<div>Mas pouco depois viriam os gritos grotescos que ainda não reconheço, talvez viria o gosto amargo de beijos que já provei, ou salgado ardido que já enojei. </div><div>A verdade é que o barulho do vento misturado ao cheiro úmido da chuva me fazem sentir assim, como num mergulho preso que fico noite adentro olhando pro nada, parada, ensurdecida, estarrecida de quanta tristeza ainda existe em mim. </div><div>Meus lábios antes tão vermelhos, são agora apenas curvados pra baixo, sem cor, sem traço definido pelas cores que já ousei preferir. </div><div>E o dia calado e vago me fazem escrever ao fim da noite de sono curto, enquanto desejo mais um trago do cigarro que afasta a vida de mim.</div><div>Para amanhã reservo novos pensamentos, talvez algum alento de uma canção enquanto toco violão e me diverto em solo em mais um dia sem fim.</div><div>Até que caia nova noite e eu retorne os olhos pra escuridão de início que citei aqui.</div>Mayhttp://www.blogger.com/profile/02775975447201601633noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2364048573676374421.post-43838908228128560622019-08-03T00:45:00.000-03:002019-08-03T00:45:43.816-03:00Silêncio do soMDeitou e calou-se.<br />
Num suspiro quase imediato senti a respiração que acalenta meu coração, foi como em nosso primeiro encontro, onde um beijo fez sumir qualquer canção.<br />
E meus olhos a viram dormir e respirar e mexer seu corpo em busca do meu.<br />
Tudo fica mudo mais uma vez, nem canção, nem qualquer outro som ficam nítidos aos meus ouvidos, quando seu corpo se encolhe para encaixar ao meu.<br />
O embalo do nosso sono é agora, meu som preferido de sentir o silêncio do nosso primeiro beijo.Mayhttp://www.blogger.com/profile/02775975447201601633noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2364048573676374421.post-70821147879762333952018-05-07T05:33:00.002-03:002018-05-07T05:33:50.717-03:00ImplodirImplosão é aquilo que me é causado cada vez que tenho vontade de gritar palavras verdadeiras e doídas, mas que me sinto no direito apenas de reservar isso tudo a mim mesma. <div>
Se meus olhos pudessem não notar o que há em pequenos gestos, se minha boca se propusesse a pronunciar o que escondo ao selar os lábios, se esse cheiro não viesse a se acomodar em lembranças... tudo seria tão mais simples.</div>
<div>
Meu corpo transpira ao anúncio da chegada, minha boca sorri descontrolada na possibilidade de tocarmos nossos corpos nesse conjunto em que marcas nos deixamos e depois relembramos ao olhar.</div>
<div>
Mas minha pronúncia é tão falha quanto meus convites feitos e por você rejeitados, meu olhar é gasto a mesma maneira que sua distribuição de beijos pelas noites afora.</div>
<div>
E nada há de sermos como somos quando deitadas a mesma cama por entre sussurros, afinal é somente isso, é somente o breve momento em que o toque delicado se mistura a mesma acidez que queima agora meu estômago fraco para verdades.</div>
Mayhttp://www.blogger.com/profile/02775975447201601633noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2364048573676374421.post-2856728210194502102018-03-05T17:20:00.000-03:002018-03-05T17:20:04.796-03:00Em busca da Sanidade Todos os dias ao acordar, o pensamento: Como será?<br />
Hoje, enquanto tento administrar o tempo de 24h por dia, resumo meu sono, o pensamento acelerado me impede de dormir, me faz comer como se em poucos minutos não pudesse mais fazê-lo.<br />
O computador quebra e a cabeça para por um breve segundo, seguido de muitas noites com maiores economias de sono, atraso leituras por não conseguir me concentrar.<br />
Sou orgulho para algumas pessoas queridas, mas por vezes me perco de minha essência e deixo de ser meu próprio orgulho. O ano letivo se iniciou e eu já estou querendo encerrá-lo, minhas faltas já se encontram em números que não costumo me agradar, meu cansaço psicológico retornou logo após acabar as férias.<br />
"Não preocupa-te" é a frase que repito toda vez que meus pensamentos vagueiam por possibilidades que me amedrontam, enquanto olho para pessoas queridas que possuem possibilidades menos amedrontadoras, enquanto penso em uma próxima chance para ter dinheiro, enquanto cozinho e vendo tortas de limão, esfirras, bolo, percebo alguns calos na minha mão e daí sim, carrego algum orgulho de mim.<br />
Ouço lamentos, tento economizar nos meus, não quero compartilhar minhas torturas, não quero mostrar a parte suja a qual esse mundo me apareceu por vezes incontáveis.<br />
Encontro-me em desencontro diário, questiono-me dos questionamentos que me faço, distancio-me das distâncias que me alegram e acordo, após as poucas horas de sono que me obrigo a realizar.Mayhttp://www.blogger.com/profile/02775975447201601633noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2364048573676374421.post-33689644660462018552018-03-03T10:48:00.000-03:002018-03-03T10:48:09.670-03:00Amor de Kanal<div>
<a href="https://www.youtube.com/watch?v=VEpMj-tqixs" target="_blank">Leia na companhia deste som</a></div>
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Aprendi a mesma técnica da dentista e apliquei-a num sentimento. </div>
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Sabe quando a dentista cutuca o dente e diz matar o nervo? Que perfura repetidas vezes o mesmo local, numa dor incômoda, que aliás mais incomoda do que dói. </div>
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Pois é, estou num tratamento de canal.</div>
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Demorei muito tempo para perceber como havia um canal a ser feito, num romance que eu acreditava ter cuidado bem, quase como os dentes que temos medo de cariar, pois então... </div>
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Acreditava tanto ter feito todos os reparos necessários, considerei a reconstrução da vida, a mudança, considerei inclusive uma reviravolta que me traria um pouco de caos e acreditei, me mantive depositando cuidados a um você que já não merecia minha presença há um tempo. </div>
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Fotografei nossos pés próximos, memorizei nossos carinhos, guardei suas palavras generosas, enalteci sua arte e ignorei sua ausência por incontáveis vezes, coloquei de lado as meias verdades completando-as com o que me soava mais agradável acreditar, considerei minha mudança atordoada, planejei vida conjunta.</div>
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Daí achei um buraco, não tinha mais outro jeito se não o tratamento de kanal, é com k mesmo, que melhor representa essa escrita que a ti será vazia, a mim toda preenchida com esse ar que entra num buraco de dente e dói.</div>
<div>
Todos os dias, quase que num rito, me vejo atacando com uma agulha, esse nervo, que me dói num incômodo sem fim, mas repito, perfuro e novamente e de novo e mais uma vez, abro quase que um novo buraco e nele vou matando esse sentimento tão florido que construí numa ilusão.</div>
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Me torturo vendo o novo amor florescer em um você, esmago as chances de reconstituir nossa história, você em breve será um tratamento de kanal finalizado, tenho que matar esse sentimento pra parar de doer, pra poder voltar a mastigar a comida que tanto apreciava.</div>
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Grandes paixões sempre tiveram o dom de me fazer acreditar numa vida a dois e depois estragar a chance de viver isso em sua própria companhia e a ti reservo esse mesmo dom, que me faz agora estar nesse movimento incessante de perfurar o nervo, de matar, de fazer doer agora para que depois não sinta nada. </div>
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Mas você também participou ativamente desse tratamento de kanal, você começou a perfurar quando descuidou de palavras que sabia que seriam importantes que eu as ouvisse vindas de ti ao invés de descobrir por fotos, quando lhe pedi por verdades, quando lhe pedi a presença específica e não soube me dizer as verdades que vive. </div>
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Que desleixo, a dentista deve estar desapontada com esse dente meu, que descuidado meu deixar tanto doce se alojar num dente, que desatenção minha não perceber como você me mantinha escondida em sua vida.</div>
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Que absurdo a gente ter que fazer tratamento de kanal em um alguém, que absurdo.</div>
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<br /></div>
Mayhttp://www.blogger.com/profile/02775975447201601633noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2364048573676374421.post-50768217651336529772017-11-10T11:21:00.000-03:002017-11-10T11:21:09.751-03:00Mensagem aos que não sabemA inspiração passa por mim quase que cotidianamente, numa brincadeira de pega-pega que as vezes cansa e desordena tudo que parecia estar em seu eixo.<br />
De tantas vivências ensaiadas, pouco imaginava como seria a realidade e quando se vive, se sente, se toca com os dedos e com os sentidos, aquilo que está a seu alcance, se embala na dança daquela rotina que te rodeia.<br />
Não sabem, aqueles que não vivem, quantas lágrimas derramei por conta dessa nova vida adulta que me invadiu e se instalou. Não se sabe sobre quantas noites sem trocas pelo dia, apenas não dormidas se fizeram e fazem presente em prol de minhas notas.<br />
Também não se sabem quantas contas realizei, tentando administrar as desigualdades e injustiças que vivo em minhas condições materiais, para pagar contas. Não se fazem ideia sobre as dores físicas e psíquicas que minhas produções acadêmicas produzem em mim.<br />
Não se querem saber sobre minhas verdades entaladas na garganta enquanto esboço sorrisos e espalho tentativas de soluções às pessoas e situações. Não se sentem sobre minhas olheiras, meu cansaço e meu descompasso durante o período em que só não consigo mais me mover.<br />
Não se podem saber, pois nada os digo, não peço socorro e nem me desmancho frente aos que não sabem, não me movo em sentido inesperado e nem apareço com meu desespero, só me calo e me fecho e me guardo e me sinto e ressinto e desmorono apenas para mim, para dentro, num movimento distinto ao que acredito correto.<br />
Depois de tudo, guardo as palavras, as minhas falas, minhas ideias, recolho meus materiais, meu corpo, minha empolgação e num suspiro bem meu, me embalo em mim voltando pra dentro aquilo que estava reaprendendo a colocar pra fora.<br />
O mundo não é o avesso, mas a gente não consegue ser avesso do que dizemos ser "a sociedade", mantemo-nos sendo parte das inverdades que apontamos, direcionamos erroneamente nossa fala para a sociedade quando queremos gritar a nós mesmos.<br />A saúde mental é o ultimo buraco em que você recebe visita, mas muitas vezes é o primeiro na fila da vida adulta e universitária.Mayhttp://www.blogger.com/profile/02775975447201601633noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2364048573676374421.post-21796204022369699292017-09-19T13:20:00.001-03:002017-09-19T13:20:05.744-03:00Inverdades presas Ah... se o mundo soubesse das verdades que carrego entaladas em minha garganta, eu não mais teria tantos sorrisos que a mim se dirigem.<br />
A impaciência se instaura em mim, minha garganta quer gritar o que escondo, meus olhos se fecham para que lágrimas não caiam e a respiração se perde entre suspiros contidos.<br />
Esse injusto mundo ao qual vim parar, essas falas incoerentes parecem contas de matemática que não encaixam os números certos, é uma soma infinita de mentiras, uma teia que não se desfaz, que a cada novidade embala ainda mais quem se cerca.<br />
Será que estou tão perdida em mim que não sou capaz de encontrar ao outro? Não consigo acreditar que seja possível afirmar tal questão, não posso ser tão voltada a meu mundo que me esqueço do outro.<br />
Repito pelos dias todos de minha vida, que meus fazeres precisam ter um bocado de sentido com minha fala, a coerência precisa ser parte do meu caminhar, não posso mais agir diferente do que digo acreditar, mas por vezes perco o dom de me manter assim.<br />
Essa calmaria perigosa a qual sou aliada, as vezes me espanta o quanto mantenho-me tentando centrar meus olhos, as vezes me espanto por deixar que falas tão exacerbadas invadam alguns outros jardins.<br />
Quase imploro para que parem de mentir a mim, quase imploro para que se retratem, quase que imploro pela verdade que carrego em meu peito, quase deixo de implorar pela presença que em tantas vezes desejei ser verdadeira.<br />
É, esse injusto mundo não cabe minha verdade a tantos que julgo em tom de parceria, então que todas essas inverdades se percam por outros caminhos, há quem siga no mesmo.Mayhttp://www.blogger.com/profile/02775975447201601633noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2364048573676374421.post-44830300693339978202017-09-10T16:30:00.001-03:002017-09-10T16:30:47.884-03:00 Um novo verso de uma universitáriaEste é mais um espaço em que me desgasto.<br />Já repeti diversas vezes para quem tenha interesse em saber e a mim mesma que não tenho problema com a Universidade bancar a socialização de seus acadêmicos, mas me inconformo com as possibilidades desiguais que são dadas.<br />
Poucos me dizem forte, muitos dirigem estas palavras a outros que tem a condição material bem encaminhada na vida. Mesmo que não pareça, mesmo que eu pereça, não vale falar nome algum, não vale denunciar, afinal qual é a prova que eu vou levar?<br />
Todos os dias encaro o Sol quente de uma cidade interiorana, encaro os desafios de escutar piadas que ferem a boa parte do que sou, do que socialmente me disseram que sou, todos os dias eu escrevo por algumas horas em meu caderno, eu estudo, eu realmente me entrego.<br />
Enquanto vejo notas sendo descartadas a quem faz uma boa cópia, a quem assina em baixo sem se quer saber qual o tema que aborda e eu não posso mais.<br />
Por diversos momentos me calo querendo gritar, me tranco no quarto pra ninguém me ouvir chorar enquanto olho pra essa vida e penso: A Universidade não é pensada pra mim.<br />
O que eu vejo é abuso, percebo pequenos atos corruptos, noto algumas malandragens e tantos outros que estão de sacanagem. E tenho a intenção de falar de cada um.<br />
Sobre o abuso: é de poder, é de querer, é de desejar e é ainda de fazer um outro rir. Quantas vezes escutei piadas do meu cabelo, da minha negritude, da gordura que aparece pelo meu corpo inteiro, quantas vezes mais irei escutar que é preciso se cuidar? Quantas vezes engoli minhas palavras enquanto homens diziam sobre mulheres a desvalorizar? Não estou dentre os toques, o meu único toque tem sido o de me recolher, num ato tão agressivo ao meu verdadeiro ser.<br />
Ai esses atos corruptos: Pobre, pobre e pobre. Mayra, você não pode. É aí que a gente se fode. Escuto piadas sobre as bolsas de assistência estudantil. Nesse ponto eu compro inimizades, porque cada um sabe de si a sua verdade, as suas mentiras, as suas verdadeiras conquistas "Não escolhe fulano pra tutor, ele vai te mandar fazer pesquisas". Tão querendo tudo fácil e pior, tem quem assine logo embaixo.<br />
É malandragem, chego a pensar que só podem estar de sacanagem.<br />
Eu não posso concorrer, eu não posso me meter "Tem certeza?" "Quanto mais quieta ficar, melhor pra você passar" "Já tá querendo causar...". E quero, quero jogar pelas paredes relatos, quero unir quem está aos migalhos, quero fazer minha voz ser lida já que não pode ser ouvida. Quero EU estar de sacanagem com essas patifarias.<br />
A Universidade não é pensada pra você! Ela faz você se recolher, se abster e as vezes até enlouquecer. Se enfia em tudo, tenta essa bolsa, faz um trampo ali, tira uma grana aqui, tenho um projeto que você vai gostar, olha só essa aluna é de arrasar, você tem potencial, produza, produza, produza... reduza? Ninguém lhe diz reduza, quando carrega um nome adiante, ninguém lhe diz pra reduzir os estudos quando você tem dificuldades de parar.<br />
A Universidade não foi pensada pra mim, e pra você, foi?Mayhttp://www.blogger.com/profile/02775975447201601633noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2364048573676374421.post-52071519183049008922017-09-07T15:11:00.000-03:002017-11-10T10:56:19.802-03:00Nada disso é normal<div style="text-align: justify;">
<span id="goog_278335924"></span><span id="goog_278335925"></span><br /></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjGXUZelrMHro8g2rTfbGu3rqiJup0j09fKxuwSR-VrXx20wwsjcsGyrnvGhdJ4vq0de8XAwXGJaUPvbx49q4YIgYJgxJ9YXiynstkA0XsWK5VjaM1uDyubXJS160G5CXoR_HhHhxids6U/s1600/Sem+t%25C3%25ADtulo.png" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="568" data-original-width="1600" height="226" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjGXUZelrMHro8g2rTfbGu3rqiJup0j09fKxuwSR-VrXx20wwsjcsGyrnvGhdJ4vq0de8XAwXGJaUPvbx49q4YIgYJgxJ9YXiynstkA0XsWK5VjaM1uDyubXJS160G5CXoR_HhHhxids6U/s640/Sem+t%25C3%25ADtulo.png" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Fonte: <a href="https://www.facebook.com/ogatoeodiabo/posts/876878072488267?pnref=story">https://www.facebook.com/ogatoeodiabo/posts/876878072488267?pnref=story</a></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">A Universidade apresenta uma diversidade pra gente. Apresenta inclusive alguns "monstros" e a gente tem que saber quando se mostrar e quando se recolher, pra não agredir parte do que somos, do que acreditamos. As produções do saber em alguns momentos me parecem tapas na cara, os méritos me dão socos na boca do estômago e as pessoas me impressionam com suas ações tão distinta do que dizem. Viver com uma bolsa meritória também não é, viver sobrevivendo também não deveria ser.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Meus olhos cansados nunca são lembrados para redigir uma prova, minha mente inquieta não parece afetar a postura alheia, minha alma calma não demonstra o sentir que está por debaixo da pele. E cada vez mais me aproximo do que digo, na tentativa de ser extremamente verdadeira, mesmo quando testada por inverdades que surpreendem. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Quantas vezes mais me calarei diante das inclusões mais excludentes que pude viver em minha pele? Quantas piadas doídas terei de escutar e engolir palavras que são capazes de alterar minhas notas? Quais portas abro e fecho quando digo o que escrevo em minha mente, sem pestanejar? </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Não é normal que uns tenham tantas condições materiais ofertadas, enquanto outra parcela se mantem mergulhada em trabalhos, dedicações, bicos e apagões... apagões da mente cansada, do psicológico abalado, do cansaço retomado!</span></div>
Mayhttp://www.blogger.com/profile/02775975447201601633noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2364048573676374421.post-77703505453012244762017-08-09T22:04:00.000-03:002017-08-09T22:04:59.166-03:00Com dores no peito, um suspiro já é suspeito.<br />
Não há respeito ao meu fazer, a minha aprendizagem e meu permanecer.<br />
Sorrio com tantas lágrimas guardadas, que seria impossível utilizar um conta gotas.<br />
É raiva. Indecência fingindo de inocência. Ah... mas isso tem sobrando, cara de pau fala que é pobre, mas você vê que vive esbanjando.<br />
Meu armário é sempre garantido comida, não aceito ter dor de fome em minha barriga. Mas também não aceito a dor de pensar que não tenho o conforto de me embebedar como alguns que se banham em copos de cerveja, em todos os finais de semana.<br />
Sou de outra terra, onde a gente corre pra não ficar em listas de espera e de nada isso me adiantou, no sentido de auxílio moradia que a mim não contemplou.<br />
A Universidade é pensada pra pessoas diferentes de mim, as vezes chego a crer que seja pra quem é encostado sim. Tem quem passe por ser carregado, arrastado, mas não liga de não ser diferenciado.<br />
Foi lançado mais um edital, onde não pode se inscrever quem tenta ter alguma moral. Isso as vezes me causa uma dor que é animal, dói a boca do estômago e eu quase que passo mal. É realmente desleal, enquanto transcrevo entrevistas, um outro ganha o dobro da quantia por um um relatório mensal.<br />
<br />Mayhttp://www.blogger.com/profile/02775975447201601633noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2364048573676374421.post-44549535302500349622017-06-27T18:32:00.002-03:002017-06-27T18:32:39.143-03:00De outra terraAqueles olhos claros e vidrados na vida me faziam perder o conteúdo
compartilhado, suas mãos falavam às minhas, seu corpo inquieto parecia
pedir para que o meu se aproximasse mais.<br />
Enquanto as palavras
saiam de seus lábios, sem tintura aparente, um som se fazia em seu
sotaque vagaroso e carregado de delícias que só se sabe quando se escuta
e meus olhos sempre atentos aos teus, minha boca pronta para pronunciar
teu nome seguido de alguma palavra que aproximasse-nos, minhas mãos em
espera por tocar seu rosto pálido e meu corpo em mutação de posição, ora
direcionando a ti, ora fugindo de seu olhar.<br />
Me retraí em
demasiado com receio que seus lábios não tivessem anseio pelos meus, me
voltei para meus próprios olhos no espelho, enquanto delineava as curvas
de meus lábios com um tom avermelhado, num desejo urgente por borrar a
cor com beijos nossos.<br />
Mas mantive guardado meu desejo por ti, por
tempo suficiente a não conseguir concretizá-lo. Meus dedos ágeis
buscaram por ti por entre redes que acreditamos sociabilizar-nos e
encontrei, com um sorriso bem marcante como o que encarei desde o
primeiro dia que olhei as belezas daquela cidade. Escrevi-lhe apenas na
certeza de que não precisaria olhar seus olhos profundos e na incerteza
de qual seria a resposta enviei o olá mais conectado as verdades de meu
desejo.<br />
Se soubesse de sua inquietude e seu olhar direcionavam-se
a mim, talvez meus lábios teriam se pronunciado de maneira mais ágil
que meus dedos com palavras, meus lábios quem sabe teriam tocado os seus
e eu poderia então dizer que conheço o sabor de sua terra, talvez meu
corpo teria se aquietado perto do seu por um instante inesquecível e
incansável.<br />
Mas guardo suas palavras por entre meu desejo e tento
fazer com que novamente haja um instante para nos borrar com meu batom
avermelhado. Mayhttp://www.blogger.com/profile/02775975447201601633noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2364048573676374421.post-78411378125230090072017-04-24T15:19:00.000-03:002017-04-24T15:19:22.184-03:00Minha cara amiga branca<br />
A solidão é uma dança que ora queima nossos pés numa valsa triste, ora nos faz sambar com um sorriso estampado no rosto. Mas hoje é uma dor, hoje é sofrimento que faz arder para além de meus pés, adormecendo minhas pernas escuras.<br />
Os meus fios de cabelo, que de tempos pra cá vem me fazendo mais eu, tem se desapontado com meu olhar e se rebelando a qualquer mistura que nele eu passe. Minha pele se amarela a cada vez que nego minha ancestralidade. A cada negação do meu corpo, me firo e renego uma parte do que sou.<br />Em todas essas escolhas que faço de negar-me, minha cara amiga branca está comigo, mesmo quando não deseja, a sua pele clara, seu sorriso estonteante, seus longos cabelos desmaranhados e seu físico proporcional, se fazem presente. Em meus pensamentos, em minha lembrança, em um ponto de referencia para a beleza desse mundo desordenado, minha cara amiga branca se faz presente.<br />
Não se ofenda, apesar de que em alguns momentos eu gostaria de atingir-te com palavras que pudesse ser dolorosas tanto quanto as ofensas por debaixo dos panos, que sinto em mim. Por vezes gostaria que pudesses entender como me sinto, gostaria que sentisse em sua pele a dor da minha cor, a dor pela minha forma física, a dor pelo meu cabelo e a dor pelo meu olhar para a vida, mas a verdade é que somos o que somos e nada seria possível fazer, para que sentisse minhas dores. Mas não se ofenda com minha escrita, quero apenas que reflita.<br />
A ultima opção é sempre doída, como se não houvesse nenhuma outra maneira de expressar a realidade de seu desejo, você faz uma escolha que parece até mesmo um tanto inconsequente, e as vezes é mesmo.<br />
Meus olhos sempre varrem os ambientes, sempre buscam pares e eu os encontro, não para mim, não para mulheres negras, gordas e com o sorriso que nada igual a minha cara amiga branca. Quando vejo um par que me deixe de ser ímpar, a sua beleza branca chega e desfaz a possibilidade, o olhar insensível do outro me ignora, pelo simples fato de ser quem sou, de como sou. Meu corpo gordo, meu cabelo crespo, minha cor, meus lábios grandes... esses são os fatores que fazem o outro me olhar de uma maneira ou outra, me sexualizando, ignorando ou determinando como ultima possibilidade.<br />
A minha solidão tem muito a ver com os pares alheios, tem muito porque de como dizemos a palavra gorda e negra.<br />
Então, minha cara amiga branca, enquanto seu ego é apenas inflado e compartilhado, meus olhos se enchem d'água e meu coração se fecha para novas possibilidades de transformar meu olhar ou de outrem, de maneira mais generosa.Mayhttp://www.blogger.com/profile/02775975447201601633noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2364048573676374421.post-15482093349906487682017-03-06T12:26:00.001-03:002017-03-06T12:26:46.350-03:00Des-culpe o auê!<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Sou incompreensão, sou descontentamento, sou turbilhão.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Na minha cabeça nada fica nítido, quando tento por um segundo entender esse seu ritmo.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Talvez seja para ficar nessa descompensação mesmo, então eu devo me retirar, me distanciar, me calar e nada mais compartilhar? Não sou assim.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Minhas brigas comigo mesma, essas pequenas guerras internas, permanecem diariamente, incessante e gritante em mim; se me adapto ao que és deixo de ser quem sou, mas se sou quem sou, me firo.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">E daí surgem aquelas indagações sobre quem realmente sou, sobre as leituras que realizo dessa incógnita, dessa equação que não consigo imaginar uma boa resposta.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Dentre todas as possibilidades, a única que descarto é a de ferir outrem, que não seja eu ou você. Ferir a mim mesma é possibilidade de aprendizagem, ferir a ti é apenas consequência de suas atitudes comigo, então contigo não mais me preocupo, não mais olho com os mesmos olhos, não mais questiono como antes, talvez só não mais exista o laço que eu (sozinha) criei. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Logo eu, que sempre digo "Nada é sozinho", cá estou descrevendo minhas atitudes solitárias em prol de algo que simplesmente não existe, cá estou escrevendo sobre minha solidão. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Nunca fui tão cutucada a me movimentar solitariamente, a ter-me como ponto de partida, a ser meu referencial, minha comparação mais justa. Por agora a vida me instiga a caminhar assim, talvez eu não possa mais lhe acompanhar nesse mundo, talvez eu precise me isolar, talvez eu precise estar comigo mesma e também com quem tenha o mesmo pensar que o meu, talvez eu preencha espaços distintos do seu, talvez eu consiga me isolar de ti para não mais me ferir; mas é tudo talvez pelo simples fato de que ainda estou parada em meio as considerações diárias me questionando qual parte de mim, eu deixarei para ti.<br />Não culpe a ti ou a mim, talvez desculpe a nós, que por hora eu sou capaz de manter gratidão apenas ao destino que a vida traçou, mas isso não se aplica a nós.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
Mayhttp://www.blogger.com/profile/02775975447201601633noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2364048573676374421.post-18095386148763413722016-09-15T17:32:00.002-03:002016-09-15T19:07:46.070-03:00Já se foi o T-empo que passou- <a href="https://www.youtube.com/watch?v=w-BrOD4a_fs" rel="nofollow">Leitura com áudio - click (:</a><br />
<br />
<br />
Suas mãos evitam as minhas<br />
Seus olhos correm rapidamente pelos meus<br />
Seu rosto que antes colava ao meu durante nosso cumprimento,<br />
agora mantém distância<br />
Não há mais o que dialogar, nem compartilhar<br />
Minhas tentativas de estar mais perto acabaram<br />
Meus olhos desejando o seus, agora vagueiam pelo céu<br />
<br />
Ontem os risos abertos e abraços apertados <br />
Refletiam o que florescia entre nós<br />
Nossas longas prosas regadas de coisas da vida<br />
Os olhares parados um no outro<br />
As mãos que se entrelaçavam numa calmaria cheia de alvoroço<br />
O som que compartilhávamos com novidades<br />
Um acalanto, um único beijo, foi momento...<br />
<br />
Entre o ontem e o hoje, só conheço um espaço enorme<br />
um abismo entre nós, que parece aumentar<br />
enquanto eu corro pra não cair nele,<br />
você se mantém firme onde parece estar, mas não afirmo com tanta certeza.<br />
Nesse buraco que você cavou, ficou tudo isso que criamos<br />
Se foi um bocado do que eu queria e veio as minhas incertezas<br />
Floresceu numa grama que me cobre o medo que tenho da vida<br />
E assim se es-vai aquilo que florescia entre nosso silêncio lacrado.Mayhttp://www.blogger.com/profile/02775975447201601633noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2364048573676374421.post-51150971589884504692016-09-08T00:25:00.000-03:002016-09-08T00:25:58.449-03:00So li- tu de<div>
Solitariamente alegre por estar em companhia própria, </div>
<div>
segue, foge, corre, finge...</div>
<div>
Verdadeiramente suficiente em minha Solidão, </div>
<div>
sem sofreguidão, nada disso aqui é em vão.</div>
<div>
Constantemente transformando lágrimas de choro em águas que somente brotam no canto do olho,</div>
<div>
não me movo, não corro, não respiro com medo do barulho ardido.</div>
<div>
Li todas as palavras que a mim foram dirigidas,</div>
<div>
mas nada mais me intriga ou justifica essa minha cara aflita.</div>
<div>
Entre os olhares e falas, também encontro aquelas direcionadas a mim</div>
<div>
repito que sou assim, acredite em mim, isso não tem fim.</div>
<div>
Tudo tem mais justificativas que aquelas expostas</div>
<div>
mas nem tudo tem respostas, as vezes é só mesmo uma dor de derrota.</div>
<div>
Mas há quem diga que acabou mais um dia,</div>
<div>
enquanto do outro lado clareia, e dentro de mim candeia.</div>
<div>
De uns tempos pra cá as coisas sapateiam até cair,</div>
<div>
e ela acaba de ir, se esvair, a me ferir e ainda pede pra eu sorrir.</div>
<div>
<br /></div>
Mayhttp://www.blogger.com/profile/02775975447201601633noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2364048573676374421.post-16784177956014479892016-07-05T14:27:00.000-03:002016-07-05T14:27:47.114-03:00noi-t-e de vol-taDadas<br />
Encostadas<br />
Mãos<br />
Entre-laçadas<br />
<br />
Olhos<br />
nos meus<br />
e teus<br />
sendo seus<br />
os meus<br />
<br />
pela ja-<br />
nela<br />
Estrelas no<br />
Céu<br />
Azul<br />
<br />
Me cega<br />
quando te<br />
enxerga<br />
e releva<br />
com a<br />
revela-ção<br />
dessa<br />
minha pressa<br />
<br />Mayhttp://www.blogger.com/profile/02775975447201601633noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2364048573676374421.post-6209522834377813792015-12-01T23:23:00.000-03:002015-12-01T23:27:49.423-03:00Safra de gente<div>
Mulher, professora, negra e atriz, foi essa pessoa que me influenciou nessa escrita, através do seu desabafo com nuances que não conseguirei mostrar-lhes, mas espero ao menos fazê-los ouvir sua voz firme dizendo o que escrevo.</div>
<div>
Ninguém mais consegue ficar calado, todo mundo quer gritar onde dói, onde fere; mas ela não grita, ela foi oprimida, sempre ensinada a sofrer calada e ver que já passou aquilo que não passou, aquilo que não é tratado. Quem é que trata de uma ferida sem limpá-la, mostrá-la? Ninguém.</div>
<div>
Disse existir um conforto em saber que tem gente gritando junto com ela, excluindo o fato de que ela tem gritado pouco ou quase nada, se não às paredes, à mim e mais um punhado de gente que já conhece sua história de vida e um homem que certa vez lhe cantou num beco e ela foi atrás exigir uma satisfação, exigir o que ela foi ensinada a não exigir e se sentiu tão forte e poderosa e no controle de si, se não fosse um mas...</div>
<div>
- lembrei de todos os homens que passaram na minha vida - era como se depois do beco, todos os homens que haviam passado por sua vida só estiveram lá pra se esfregar nela, viver o momento, se deixar levar, uma noite de prazer, fazer apenas o que ela quisesse sendo que eles a fizeram querer, ou talvez não, mas acabou sendo os mesmos fins, sempre e sempre e sempre e menos no beco, quando ela gritou.</div>
<div>
Depois ela percebeu que em sua lista de contatos era algo semelhante a: Fulano dá pra eu dar, beltrano é melhor excluir da minha lista se não vou ligar, esse outro vou excluir da vida, esse daqui é pra quando eu quiser um amorzinho gostoso...</div>
<div>
Ela sempre vive com o botão Implodir ligado e se sente necessitada de explosão, de um big bang em sua vida, em si, no mundo; jogando tudo pra fora, expondo onde fere, gritando quais são suas cicatrizes que cuidou sozinha.<br />
Mas ela ainda está em construção, essa é a vida, a gente ta sempre se construindo e vem alguém te destruir com seu conceito construído e absurdo e totalmente incabível a realidade que você vive, são as realidades alheias aquelas que não dá pra você construir algo, você não conhece, não pode se sustentar na minha construção não.</div>
<div>
Ainda assim ela teima em pedir:</div>
<div>
- Não mexe nas minhas feridas, não mexe nas minhas gavetas, não encosta em mim. - mas eu ignoro sua ultima fala como se o Não fosse inexistente da mesma forma que o Universo compreende nossa fala: <strike>não</strike> EXISTE <strike>não</strike>. </div>
<div>
<br /></div>
Mayhttp://www.blogger.com/profile/02775975447201601633noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2364048573676374421.post-91774354745841779642015-11-12T23:37:00.000-03:002015-11-12T23:37:55.701-03:00n-O meu cio.<br />
Choro, me encolho, exalo o cheiro feminino, sensível, quero sexo e não quero, atraio olhares e palavras e falas e expressões e desejo, mas só quero o meu cantinho, e atenção também.<br />
-Não me toque, me toque sim; não encoste, talvez um pouquinho; quero atenção, mas não fique no meu pé. - é mais ou menos assim que gostaria de gritar ao mundo durante o meu 'cio'.<br />
Sangro como se fosse sair todas as impurezas que vivi de um mês pra cá, mas não sai.. intensifica, dói; daí choro, esperneio no meu cantinho, faço drama, mas quero um chamego.<br />
Ah como adoro o aconchego, o cheiro, o doce, o aceso da minha libido; tudo na minha cama, no meu quarto, no meu solo que parece imóvel no impacto que goteia naquela fralda que visto todo mês.<br />
É sempre uma época que acredito escrever mais, ser mais e bem menos também; são os extremos sendo mostrados em poucos dias, todos os meses e pelo menos metade da vida. Doido e doído, nessa indecisão mesmo, sempre em sequências bem diversas e com tons mais acentuados a cada nova fala:<br />
- Desceu pra mim!<br />
<br />Mayhttp://www.blogger.com/profile/02775975447201601633noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2364048573676374421.post-63356543555998834102015-07-31T16:46:00.000-03:002015-07-31T16:46:44.331-03:00Um pedaço de carne<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhL87d98cSyomMIneFqJgbXkSeajtpOdlDvM3nrhBGh_LMv97UgueYC3sdZMvyOfJ4mroinpUeavEGw108EpOod_4mtBrIim07vDMdonJqGpIAa_KXpAOihE81N0DmX8ni8tRF6oTeSHAY/s1600/mulher+carne.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="212" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhL87d98cSyomMIneFqJgbXkSeajtpOdlDvM3nrhBGh_LMv97UgueYC3sdZMvyOfJ4mroinpUeavEGw108EpOod_4mtBrIim07vDMdonJqGpIAa_KXpAOihE81N0DmX8ni8tRF6oTeSHAY/s320/mulher+carne.jpg" width="320" /></a></div>
Oi, eu sou um pedaço de carne!<br />
Um pedaço de carne daqueles que anda pelas ruas da cidade e alguém comenta uma vontade, maldade, que beldade e eu me sinto assim como se fosse um pedaço de carne.<br />
Eu invado whatsapp, aparece minha foto, da bunda, dos seios e nada da minha mentalidade, você diz que é linda, gostosa, mas de mim não sabe nem a metade, a verdade e enquanto me elogia eu me sinto mais ainda um pedaço de carne.<br />
Mas se eu for pra esquina e cobrar pra ser vista, tocada e não falar nada, passo a ser a vadia, a jogada na vida, a puta da esquina sem nenhuma qualidade, um pedaço estragado, esmagado, surrado e muito mastigado.. de carne.<br />
Não preciso ser inteligente ou intelectualmente intrigante pra você querer ver mais, tenho que estar com tudo em cima, nada de barriga, calos ou espinhas, mas ser curvilínea é uma nomenclatura complexa demais.<br />
E se ninguém diz nada quando estou toda arrumada, perco a noite intrigada por não ser mais um bom pedaço de carne.<br />
Como é que se livra assim, de palavras que doem a mim, quando jogadas as outras ou as minhas coxas que são grossas demais? Como esqueço que sou um pedaço de carne com gorduras a mais? Como deixo me chamarem assim e depois tomar pra mim que se não dizem é que sou feia demais? Como esquecer que entre tantos tem você, que fala na madrugada ¨mostra mais, você é gata¨ e eu não sei me fortalecer pra deixar de ser essa carne que parece estragada?!Mayhttp://www.blogger.com/profile/02775975447201601633noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2364048573676374421.post-11023671072320054352015-07-28T22:59:00.002-03:002015-07-28T23:10:24.682-03:00Quê é, que quer, que sou.<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi1u1-dftUbPtT5RqR47ekI4UDTMEd5mGSPXv3vxVGjtG3qz7DFP7J9tkoWLcRFmKpLGmUOdVCR8MmWwGpQUrWJSyBhxABdP3yKy5fuDEKKgn7YIb_oBHG0WWs2YX3KzJm3QJwR_l5Kfss/s1600/negra.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="257" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi1u1-dftUbPtT5RqR47ekI4UDTMEd5mGSPXv3vxVGjtG3qz7DFP7J9tkoWLcRFmKpLGmUOdVCR8MmWwGpQUrWJSyBhxABdP3yKy5fuDEKKgn7YIb_oBHG0WWs2YX3KzJm3QJwR_l5Kfss/s320/negra.jpg" width="320" /></a></div>
As vezes queria ser rica e as vezes eu não queria, em outras ser bem pobre e em outras até mendiga.<br />
Tem dia que eu quero ser menos eu e depois quero ser mais alguém, quero ser a branca que faz fotografia, mas também quero ser a negra da favela que nem o que comer tinha.<br />
Num só ano eu já fui tanta coisa, deixei de ser outras e fui mais eu, depois fui mais alguém, passei a ser mais ninguém deixando de ser eu mesma eu fiquei na página virada sem dilema.<br />
Num só mês eu fui freguês, já fui um burguês e pra alguns de vocês eu sei que ainda sou, tenho até amigo que fez aula de francês, que leciona inglês e que come no Paris6. Eu não sei inglês, nem francês, mas mando bem pra caramba no meu Português.<br />
Numa só hora que o relógio conta, eu quero ser o que não sou e quero deixar de ser o que já fui em outras horas da vida, quero voltar as horas pra ser mais negra e o cabelo eu não alisaria.<br />
Mas eu sei que não sou igual a advogada da novela, que meu cabelo não é pra fazer média ou porque a moda diz que não é mais brega, sei que não me sinto representada nas telas da tv, porque meu corpo não tem as curvas que lá você vê.<br />
Já fui invejada e também já invejei, aliás eu invejo e nem nego, porque eu quero ser rica, quero ser diva, quero ser a mais bela menina, quero ser tudo de bom que ainda não fui, quero deixar tudo de ruim que ainda sou, quero ser o bem de alguém, quero ser o norte do sul, quero ir aonde quiser, quero viajar sempre que puder, quero fazer mais arte, quero pagar podendo, quero ajudar quem nem come, quero que mais ninguém passe fome, nem vontade e que possa arcar com sua própria vaidade.<br />
Tem tanto querer dentro do meu ser que as vezes me perco de quem sou, da negra, da mulher, da gordinha, da atriz, da estudante, da humana.Mayhttp://www.blogger.com/profile/02775975447201601633noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2364048573676374421.post-21125111368725728492015-07-19T19:43:00.002-03:002015-07-19T19:43:52.378-03:00Sou...<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg2-QWMxWPWRWhwZxNnpyygmAyjyc3wh50A7YVoVdQM1ZiP9dxgJlnuVD2xBevSIv7luA-Jw7JGhY_yZgZ_8GDqHngauA60G0pORPq_1faNu_l-TKz8bdA8n_7kP0Gk4PBe8OYKG8otVgs/s1600/mulher+gorda.jpeg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="197" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg2-QWMxWPWRWhwZxNnpyygmAyjyc3wh50A7YVoVdQM1ZiP9dxgJlnuVD2xBevSIv7luA-Jw7JGhY_yZgZ_8GDqHngauA60G0pORPq_1faNu_l-TKz8bdA8n_7kP0Gk4PBe8OYKG8otVgs/s320/mulher+gorda.jpeg" width="320" /></a></div>
Já fui mais mulher, mas hoje também sou um bocado, já fui tantas alegrias incluindo hoje, mas no momento sou tristeza.<br />
Ainda não citei o que sempre fui, o que amanhã serei mais uma vez, até porque como se pronuncia de uma parte que por tantas vezes cai no esquecimento de ser.<br />
Já fui trocada, mas hoje eu sou o trocadilho, sou eu quem atiro.<br />
Hoje eu sou noite sem lua, bem escura e crua, igual ao tempero despreparado.<br />
Hoje sou ereta, com a coluna quase que reta, mas a barriga sem fim pra acabar.<br />
Hoje sou a estrada esburacada, daquelas que quase nos mata de tanto o carro desviar.<br />
Hoje sou hipotermia, sou dor na espinha e os quarenta graus de febre que parece não cessar.<br />
Hoje sou carro sem farol e sem rodas para andar ou sem serventia pra usar.<br />
Mas continuo sendo uma mulher, daquela que tem racho nos pés, por descalça sempre estar.Mayhttp://www.blogger.com/profile/02775975447201601633noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2364048573676374421.post-21934541654637298362015-05-17T01:32:00.000-03:002015-05-17T01:32:33.336-03:00Prende, não res'pira'!<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhn4YS3Zc0H8qwgK-qNQcB3wnDRLwB_0ZtdDys808LWqly6XC89bOeKUPy9GVaLLfJLsV14YoqE9tR2Uw2l4g1xkEEqDItytijy3HMr8qaMPAv_jiF-e6SvpGz6X_LS2sUqnnQy1AOLZkc/s1600/DSC01220.JPG" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhn4YS3Zc0H8qwgK-qNQcB3wnDRLwB_0ZtdDys808LWqly6XC89bOeKUPy9GVaLLfJLsV14YoqE9tR2Uw2l4g1xkEEqDItytijy3HMr8qaMPAv_jiF-e6SvpGz6X_LS2sUqnnQy1AOLZkc/s400/DSC01220.JPG" width="265" /></a></div>
Suas pernas grossas, sua barriga presa por uma calça apertada, seus pés desconfortáveis em um sapato menor, sua respiração presa pra mais uma foto.<br />
Quando usa saias no calor, as pernas grossas entram em atrito e assaduras passam a lhe incomodar, ainda assim ela as usa com frequência.<br />
Quando a calça apertada sai de cena, parcialmente aliviada, ela anda com mais 'leveza' e um pouco mais de alegria lhe compõe.<br />
Ela deixou os sapatos extremamente desconfortáveis de lado, não faz muito sentido a elegância dolorosa, além de alguns sapatos não lhe caberem mais.<br />
Sua respiração permanece presa, nesse instante e em alguns outros também, pois os fatos todos ainda lhe mantem num estágio de sobrepeso.<br />
Ela não faz dietas, ela não corre no parque, ela não faz nada do que você julga ser a solução dos problemas dela.<br />
Problemas?<br />
Quem determinou que há um tipo ideal de corpo, de pés, de coxas não tão grandes nem tão magras, que os pés dela(s) devem caber em sapatos altos e desconfortáveis, que nas fotos ela deve respirar e encolher sua barriga?<br />
Não fui eu e não quero mais segurar minha respiração em fotos, momentos ou quando ouvir palavras que agridam a mim e às minhas gorduras!Mayhttp://www.blogger.com/profile/02775975447201601633noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2364048573676374421.post-7950433569585635402015-02-18T18:48:00.001-03:002015-02-18T18:48:28.433-03:00Excesso de 'isso'<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhaO_IWkIIbAK9puOgaPjeTd3yGq_M6akEFCtS9ldGFuDnOZ5hq89wtoZuvXCv9LXDOvA7uEnw8FwETinQp1t780AxoZfhyphenhyphenVeAyPHHfSNubQuAmC9TUCp9aonnLt1uITcjc9fkARuBwDUQ/s1600/sorriso-triste.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhaO_IWkIIbAK9puOgaPjeTd3yGq_M6akEFCtS9ldGFuDnOZ5hq89wtoZuvXCv9LXDOvA7uEnw8FwETinQp1t780AxoZfhyphenhyphenVeAyPHHfSNubQuAmC9TUCp9aonnLt1uITcjc9fkARuBwDUQ/s1600/sorriso-triste.jpg" height="240" width="320" /></a></div>
O bolo de chocolate amargou, a chuva intensa voltou, os olhos meio caídos se fizeram presentes, algumas lágrimas rolaram, o suco de laranja azedou, o quarto pequeno aumentou, a cama grande diminuiu, os movimentos amplos voltaram, o olhar pro horizonte piscou, o sorriso torto e sem jeito começou, o curto momento eterno aconteceu; cada coisa mudou, tomou outra forma, voltou de mais um outro instante, tudo e nada aconteceu duma vez só e ainda assim a única coisa que permaneceu, foi um amor.<br />
Temporariamente enterrei a escrita, as músicas prediletas, os sorrisos de amar, a fala doce, deixei sucumbir todas as verdades vividas anteriormente para uma recuperação que havia um crédito real, porém tolo.<br />
Nada me fez enlouquecer mais do que perder-me dentro de mim mesma, enterrando minhas verdades, minha tão linda intensidade por não poder viver da forma como somente eu desejava, nada me agrediria mais do que minhas própria lágrimas sendo engolidas ao seco nó que descia pela garganta ou o sorriso largo e falso que depositei em face, antes de sair de casa para o mundo me ver.<br />
Eu continuo em pé, em alguns momentos me envergando pela dor que se faz por dentro do peito, para esconder o rosto vazio daquele meu sorriso aceso, para guardar em meu poço as lágrimas que decidi deixar cair ou simplesmente pra não me deixar afundar, por isso envergo, por isso me calo, por isso corro de abraços, por isso evito alguns embaraços, só por tantos 'isso'.<br />
<br />Mayhttp://www.blogger.com/profile/02775975447201601633noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2364048573676374421.post-80379426547466343602015-01-15T19:34:00.000-03:002015-01-15T19:34:06.429-03:00Não sei viver em metades<br />
Tem um mundo inteiro pra conhecer, uma vida bem longa que tenho desejo intenso em viver, não posso deixar de abastecer meus litros de intensidade, minhas emoções em alta e descarregar lágrimas para não pesar a bagagem atoa.<br />
Conhecer gente, lugar, animais e estar de fato vivendo os momentos sem pensar em qual será o próximo passo, só quero pisar nessa areia, sujar minhas roupas com barro, cair e me levantar da lama e no fim do dia, tomar um banho para limpar o sujo que ficou, mas não vou pensar em não me sujar denovo, só porque terei de tomar outro banho!Mayhttp://www.blogger.com/profile/02775975447201601633noreply@blogger.com0