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segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Em olhos

Ela entrou no onibus, se quer pensou em interesse alheio, tava era de saco cheio, depois de saber do adorar e do não de um alguém, queria só a sua casa e as lágrimas lhe molhando o rosto. Depois de pagar, procurou mil lugares para sentar, seus olhos correram pro fundo e seus pés respeitaram a decisão, mesmo que tivesse de firmar suas mãos em algum lugar.
Ele já estava esperando por um olhar o caminho inteiro, ao ver aqueles negros cabelos, sorriu pra sí mesmo em satisfação e vontade, ficou esperando a decisão dela de acomodar seus olhos no dele, e de encontro ao acaso assim ocorreu.
Riram os dois, mas nenhum pro outro, ambos com a mesma sensação, e os olhos ficaram se fitando, tentando esquecer o resto das pessoas, da maneira que estivessem, nas mentes alheias tudo era invisível.
A casa dela se aproximou, mas a coragem faltou para ambos, ela ficou fitando suas mãos que cercavam o celular, ele olhou pela janela pra disfarçar, e depois se olharam como em um adeus, ela queria que fosse até logo, mas já sabiam que talvez não fosse.
Foi o ultimo olhar daquela noite, e nos sonhos eles ficaram a se falar, sem nenhuma insegurança pra lhes barrar, foi um fim bem assim.

Um comentário:

Herácliton Caleb disse...

Adorei seu texto!
Você relata os detalhes, isso é sublime. Esse momento, mesmo que dilacerador, é tão bom de ser vivido!

=)