Com dores no peito, um suspiro já é suspeito.
Não há respeito ao meu fazer, a minha aprendizagem e meu permanecer.
Sorrio com tantas lágrimas guardadas, que seria impossível utilizar um conta gotas.
É raiva. Indecência fingindo de inocência. Ah... mas isso tem sobrando, cara de pau fala que é pobre, mas você vê que vive esbanjando.
Meu armário é sempre garantido comida, não aceito ter dor de fome em minha barriga. Mas também não aceito a dor de pensar que não tenho o conforto de me embebedar como alguns que se banham em copos de cerveja, em todos os finais de semana.
Sou de outra terra, onde a gente corre pra não ficar em listas de espera e de nada isso me adiantou, no sentido de auxílio moradia que a mim não contemplou.
A Universidade é pensada pra pessoas diferentes de mim, as vezes chego a crer que seja pra quem é encostado sim. Tem quem passe por ser carregado, arrastado, mas não liga de não ser diferenciado.
Foi lançado mais um edital, onde não pode se inscrever quem tenta ter alguma moral. Isso as vezes me causa uma dor que é animal, dói a boca do estômago e eu quase que passo mal. É realmente desleal, enquanto transcrevo entrevistas, um outro ganha o dobro da quantia por um um relatório mensal.