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domingo, 10 de outubro de 2010

Dançando com a ressaca moral

Nunca acreditei muito em ressaca moral, já estava (des)acreditando na própria moral.
Como se fosse um soco na boca do meu estômago, veio todo esse sentimento ridículo e fútil, me fazer processar que as coisas que sempre idealizei ainda existem para mim, de alguma forma estão aqui presentes.
A ressaca moral já vem me perturbando há um tempo, como se o dia passado minhas escolhas não fossem de se orgulhar, as minhas atitudes rápidas ou lentas demais, extremista... um problema que eu encaro em mim e em tanta gente envolvida comigo.
Mas resolvi calar meus dedos calejados de tocar e trancar meus olhos pro mundo, por um instante... viajar em mim mesma, numa dança onde meu corpo junto com outro move-se num ritmo sem dominação. Os braços brincando com eles mesmos, as mãos se olhando, sem se tocar, mas com cada gesto unificado.
Parei de inventar com o olhar fechado, abri a mente novamente pro mundo que me observava, no meu movimento de tacar as pedras em mim mesma, na minha invasão de mim mesma, onde meu limite não fora alcançado por mim, nem por alheio algum.
Deixei toda aquela invasão vir em mim, me tomar o corpo todo, num toque bom e não tão bom assim, sem olhar, sem haver aquela dominação envolvente...
Me lembrava um movimento, não sabia qual, e nem sabia como o movimento era feito, mas não fora igual, não houve o tudo, nem mesmo o nada... desta vez não foi nada.
Foi uma briga, uma competição entre as minhas duas partes que vivem no conflito que eu já não sei se desejo apaziguar.. por muito tempo fiz com que as coisas parecessem calmas pro mundo que me olha, mas hoje me incomoda com extremidade fingir que um sorriso no meu rosto, vem de dentro.
Parece que faço as recordações erradas virem a mente alheia e causo uma dor minha, em quem me olha e tenta compreender meu choro tolo, minha atitude precipitada numa competição própria.
Não foi bom, ainda procuro algum ponto que ligue minha ressaca moral aos meus valores que sempre acreditei der inabalável.

Um comentário:

Pierre. disse...

Complexamente incompreensível.
Mas de uma escrita impermeávelmente paradoxal e linda.
Um jeito só seu e unicamente rebuscado de escrever.
Te amo, amor mais lindo.